A série da Apple TV, baseada no programa holandês “New Neighbours”, apresenta uma única temporada de seis episódios de uma história que não digo que está completamente perdida, mas, foi uma experiência complicada pra mim. Vem que eu te conto.
Conta a história de dois casais, Evie Greenwood (Eleanor Tomlinson) e Pete (Alfred Enoch). Eles se mudam para um bairro no subúrbio de Yorkshire e se tornam vizinhos de Danny Whitwell (Sam Heughan) e sua esposa Becka (Jessica De Gouw).
Evie e Pete estão à espera de um bebê após muitas tentativas. Ela é professora primária, enquanto Pete trabalha em um jornal. O casal é calorosamente recebido por Danny e Becka, que têm um filho e vivem um casamento aparentemente sólido. Danny, policial, e Becka, professora de yoga e influenciadora digital, levam uma vida apimentada, onde a prática do swing é algo natural dentro da relação.
Tudo lindo (os atores inclusive), mas muda quando Evie sofre um aborto e desenvolve uma obsessão silenciosa por engravidar novamente, um desejo enraizado em traumas familiares de infância. Além disso, a vida fora dos padrões tradicionais de Danny e Becka desperta sua curiosidade e a leva a considerar novos caminhos para sua própria relação principalmente por que ela sente uma atração com uma dose fora do que a experiência que ela fora “apresentada” pelo casal de vizinhos pedia, principalmente com foco em Danny (bem espertinha ela), que ela passa quase que a perseguir, mas, com o desenvolver da história se torna um tanto irritante, confesso.
Enquanto isso, sabendo das intenções da esposa sem saber o plano, Pete se vê envolvido em uma investigação jornalística sobre um vereador corrupto, ao mesmo tempo em que lida com as mudanças inesperadas no casamento. Confrontado por Evie a experimentar novas dinâmicas no relacionamento, ele se sente desconfortável, mas dividido entre ceder ou se afastar.
Paralelamente, há a trama de Alan, um vizinho mais velho casado com uma mulher com limitações de locomoção. Obcecado por Becka, ele se torna um voyeur e a pune por seu estilo de vida livre, refletindo suas próprias frustrações e repressões.
A maior parte da série se concentra na crescente tensão entre os dois casais, especialmente após um fim de semana em um spa que desencadeia acontecimentos sem volta. A narrativa também explora as dificuldades financeiras de Danny, que o colocam diante de dilemas éticos em sua profissão, e a leveza de Becka, que se vê vulnerável quando sua intimidade cai nas mãos erradas, levando-a a um abismo de descobertas e desilusões.
Vale o Balde de Pipoca?
Embora a série crie momentos de suspense e tensão, a história é fraca, não se sustenta sozinha por muito tempo. A trama da obsessão de Alan, por exemplo, poderia ter rendido reviravoltas mais impactantes, ele poderia se tornar um vilão secundário, como dava a impressão desde o começo, mas acabou virando um personagem patético e mal explorado.
A edição em alguns momentos também me incomodou um pouco, mesmo eu não sendo nenhum pouco técnica, mas, tive a impressão que ao final de algumas cenas, um corte brusco acontece mostrando uma imagem do ‘bairro’ ou algo assim e o nome da série no meio do episódio como se fosse o início, não consigo nem explicar direito!! Só sei que já vi séries dos anos 80 mais bem editadas! Super estranho.
O final deixa um desfecho aberto para uma segunda temporada, sugerindo que Evie acaba tomando uma atitude extrema – ou talvez não. A grande questão que permanece é: haverá história suficiente para sustentar a continuação, ou a série seguirá apostando apenas na beleza e no carisma de seu elenco? Eu honestamente espero que não seja escolhida nem uma das opções, apesar de amar o Sam Heughan! Resta aguardar.
