(Contém spoilers!)

Eis que se encerra a era Bridget Jones nos cinemas. E olha… eu jamais imaginei que fosse amar tanto um filme dessa série depois do clássico O Diário de Bridget Jones. Mas amei. De verdade.
O longa traz tantas camadas emocionantes e engraçadas — com um equilíbrio que há muito tempo eu não via nos filmes anteriores. É um mix bonito de luto, maternidade, recomeços, envelhecimento, amizades e amores improváveis. E tudo isso sem perder, ou melhor, até resgatando a magia da Bridget lá do primeiro filme. Mesmo em uma fase da vida completamente diferente, ela continua sendo ela. E que despedida linda foi essa!
De onde paramos…
Depois de terminar O Bebê de Bridget Jones casada, alguns anos se passaram, agora Bridget tem cerca de 51 anos, é viúva há quatro e mãe de dois filhos. Sim, o nosso eterno Mark Darcy (Colin Firth) foi embora deste plano, após se envolver em uma missão humanitária no Sudão. E por mais que a gente já esteja calejada com despedidas no cinema, essa aqui parte o coração — porque Mark sempre foi o contraponto perfeito da nossa protagonista: sério, centrado e disposto a enfrentar o caos que acompanha Bridget.



Mas, como ela mesma nos ensinou em todos esses anos, a vida continua. E segue meio bagunçada, claro — afinal, ela é a Bridget. Mãe em tempo integral, fora do mercado de trabalho, sem relacionamentos amorosos desde a perda do marido… mas os filhos estão vivos e bem cuidados, o que, considerando quem é a mãe deles, é quase um milagre (e um elogio).
Se Mark nos deixa, ao menos temos de volta Daniel Cleaver (Hugh Grant), agora repaginado: melhor amigo da Bridget, quase um irmão (com aquela malícia de sempre no olhar, né?). Ele cuida das crianças, apoia nossa heroína nos momentos mais difíceis, e ainda mantém seu charme clássico de sessentão que se acha irresistível — e, bom, ele meio que é mesmo.
O Retorno da Bridget



Convencida pelos fiéis amigos de que precisa retomar a vida — emocional, sexual e profissional — Bridget se aventura no universo dos aplicativos de relacionamento. E é justamente numa situação absolutamente caótica (como só ela sabe viver), pendurada com os filhos numa árvore (!), que dois homens surgem para tentar salvá-la: o rigoroso diretor da escola, Scott Walliker (Chiwetel Ejiofor), e o jovem encantador Roxster McDuff (Leo Woodall), cerca de 20 anos mais novo.
Com Roxster, ela inicia um romance leve e divertido — descabelada na maior parte do tempo mas, claro, não sem questionamentos. Afinal, a diferença de idade pesa. E é justamente nesse ponto que Scott reaparece, trazendo um novo olhar sobre a vida: o de aceitar os caminhos inesperados que ela nos empurra. E, principalmente, o de seguir sendo quem somos, mesmo que o tempo insista em tentar nos mudar.
Vale o Balde de Pipoca?🍿


VALE — e muito. É a despedida que a personagem merecia. Esse foi o filme da Bridget que mais me fez rir genuinamente em muito tempo. E também foi o que mais me fez chorar . Pela primeira vez, ela nos traz de volta inseguranças, sim, mas agora com temas ainda mais delicados: envelhecer, perder, recomeçar. E tudo isso tratado com uma delicadeza absurda pelo diretor Michael Morris, que conseguiu transitar entre humor e emoção com a leveza que essa história merecia.
Que a gente merecia. Um brinde, ao som de All By Myself, de pijama e com um sorriso no rosto, à você, Bridget Jones.