
Os fãs da série Demolidor, produzida pela Netflix com três temporadas louváveis lançadas de 2015 a 2018, amargaram sete anos de espera ouvindo que nada daquela história era canônica no MCU. (Quando algo não é “canônico”, significa que acontece em outra realidade ou universo e, portanto, não é válido na linha oficial da Marvel — que se passa, teoricamente, na Terra-616, a nossa.)
Mas agora é oficial: podem comemorar com paz no coração de quem sempre soube a verdade. A série é CANÔNICA, sim, e está de volta! Em forma de soft reboot, ou seja, uma continuação da 3ª temporada da Netflix — só que com nova cara, novo selo e o toque (mais ousado do que imaginávamos) da Disney.
O Demolidor raiz tá vivo!
O Demolidor é parte da fatia mais urbana da Marvel, onde heróis mascarados vigilantes atuam nas sombras para fazer o que o sistema não consegue: manter a segurança. Isso significa violência, sangue, gangues, crime organizado e temas mais densos. Muitos de nós, fãs de carteirinha da série, temíamos pela tal “padronização Disney” — que deixaria tudo mais leve, limpinho e family friendly, como vimos em She-Hulk.


Mas, para o alívio geral da nação marvete, a Marvel manteve o padrão sombrio da Netflix e nos devolveu o Demolidor que tanto amamos.
Claro que nem tudo são aplausos. Muita gente está super decepcionada com essa nova temporada. Tenho lido e visto chororôs sem fim na internet… mas antes de sair julgando, bora lembrar de alguns detalhes?
A série passou por uma reestruturação pesada. Foi reescrita depois do início das filmagens e regravada quase por completo. Originalmente, a temporada teria 18 episódios, mas o cronograma mudou: agora são duas temporadas. Esta primeira veio com 9 episódios, e a segunda ainda não teve confirmação oficial, mas deve seguir a mesma linha.
Ou seja: talvez as críticas que a gente vê por aí estejam esquecendo um fator importante — muita coisa só vai acontecer em 2026. Sim, vamos ter que esperar! Dito isso… vamos ao que interessa?
⚠️ ALERTA DE SPOILER! ⚠️
Se você ainda não assistiu, pare de ler por aqui e corre lá ver!
O soft reboot da Netflix



A nova fase começa cinco anos após o fim da terceira temporada da Netflix, na boa e velha Hell’s Kitchen. No icônico Josie’s Bar, reencontramos Foggy Nelson (Elden Henson), Karen Page (Deborah Ann Woll), Matt Murdock (Charlie Cox) e Kirsten McDuffie (Nikki M. James). Foggy comemora uma vitória judicial — até que um incidente trágico acontece. Sim, ele morre. E pelas mãos de ninguém menos que o Mercenário (Wilson Bethel), que retorna diretamente da 3ª temporada da Netflix.
Matt tenta salvar o amigo, mas falha. Devastado, se muda para Nova York, onde começa um relacionamento com a psicóloga Heather Glenn (Margarita Levieva). Seu escritório de advocacia prospera (mesmo com ele defendendo uns clientes meio… duvidosos), e ele passa a trabalhar com Kirsten.
É nesse novo cenário que uma trégua se forma entre Matt e seu velho inimigo, Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio). Trégua que, claro, dura pouco. Matt vence um caso em defesa de Hector Ayala, o Tigre Branco (Kamar de los Reyes, in memorian), que logo é assassinado por policiais corruptos a serviço de Fisk — e ainda usando indevidamente o símbolo do Justiceiro, Frank Castle (Jon Bernthal).



A temporada mostra alguns momentos de união entre Demolidor e Justiceiro, sempre destacando o contraste entre eles: Matt, firme em não matar; Frank, impiedoso na caça aos criminosos. Quem assistiu às séries da Netflix entende bem as motivações dos dois.


Fisk segue firme na sua campanha anti-vigilantes. Ele espalha uma força-tarefa entre policiais insatisfeitos para eliminar os heróis mascarados à força — e quem brilha aqui é Vanessa (Ayelet Zurer), agora muito mais do que dona de galeria de arte. Ela virou Rainha do Crime de verdade, e tá mandando nos “negócios” com mão de ferro. Um acerto indiscutível terem trazido ela de volta.
A entrada do Muse

Enquanto isso, pessoas começam a desaparecer. É aí que entra o vilão Muse — que espalha grafites bizarros pela cidade feitos com tinta… de sangue. Ele desenvolve uma obsessão por Heather, a namorada de Matt, porque ela o faz se sentir “verdadeiramente ele”. A coisa evolui até que ele a sequestra em uma sessão de terapia (!), inicia uma extração de sangue, e tudo culmina numa luta insana com o Demolidor. No fim, Heather — quase sem forças — atira e mata Muse.
Muse nas HQs x TV: adaptações necessárias
Esse foi um dos pontos de crítica dos fãs. Nos quadrinhos, Muse tem uma história muito mais complexa. Na série, ele foi reduzido — e isso incomodou muita gente. Mas aqui vai meu parênteses necessário:
📚 Quadrinhos, TV e cinema são mídias diferentes. Cada uma tem seu formato, ritmo, tempo de desenvolvimento. Não dá pra adaptar tudo 100% igual. Às vezes, certas histórias simplesmente não cabem ou não fazem sentido naquele momento da trama.



E tem mais:
- Talvez Muse volte (a gente viu corpo, mas… é Marvel, né?).
- Talvez não tenha espaço pra ele, considerando o que ainda vem por aí (Doomsday? Guerras Secretas?).
- E o mais importante: o roteirista precisa surpreender quem já conhece os quadrinhos sem frustrar quem só acompanha as séries.
Enfim, ainda tem muita série pela frente. Vamos deixar rolar.
Plots, reviravoltas e o futuro
De volta à ação: o Mercenário recebe privilégios na prisão e consegue escapar. Seu novo alvo? Wilson Fisk. Durante uma festa do prefeito de Nova York, num jogo de significados de cores que fez todo mundo criar teorias e mais teorias, tudo sai do controle, e Matt é baleado.
Nova York mergulha no caos. Fisk mostra seu verdadeiro eu, ameaça direta e indiretamente, decreta toque de recolher e protagoniza a cena mais brutal de todas as temporadas. Inacreditável que isso passou na Disney+, mas passou — e tá impecável. Palmas.


Matt foge do hospital (essa parte foi meio corrida e esquisita, confesso), e temos uma sequência de luta coreografada lindamente — quase uma valsa. Frank Castle aparece na hora certa, ajudando Matt… mas acaba preso numa emboscada.
E por falar em Frank… ele só reaparece no último episódio. Por quê? Porque o motivo é Karen Page. E sim, temos o nosso triângulo amoroso de volta! Quem shippa com quem? É muita torcida mas no fim, Karen segue solteira mesmo causando no último episódio (sem nem estar presente). Sigo torcendo por ela!
Ela e Matt descobrem quem mandou matar o Foggy, e que o buraco com o prefeito é bem mais embaixo. É aí que Matt solta a frase que nos deixou surtando:
“Precisamos de um exército.”

Defensores, vocês estão por aí? Jessica Jones? Luke Cage? Punho de Ferro? Tigresa Branca (sobrinha do Tigre Branco que ficou com o colar do tio após a morte dele)? Miles Morales (já e por direitos autorais, o Homem- Aranha do Tom Holland e outros ficam impossibilitados pela Sony de ter qualquer participação em séries da Marvel)? Justiceiro? E a Eco que depois da série dela não apareceu mais? Muita gente pode vir para esse exército!
Ah! E no pós-crédito? Ele. Frank Castle. De volta. E promete muito!
Vale o balde de pipoca? 🍿
Se você, Marvete, está achando que vai se decepcionar, pode preparar uma bacia de pipoca!
A série tá linda. A estética da Netflix foi mantida, mas com produção mais caprichada. O orçamento maior aparece em tudo: detalhes, iluminação, ambientação, fotografia.
Demolidor está no meu Top 3 de séries da Marvel, sempre esteve. E pra ser sincera, meu 1º lugar (Loki) tá com o trono balançando… ainda tô digerindo o final, mas é um risco real!



E eu sei, você deve estar se perguntando: “qual o terceiro lugar?” Jessica Jones, com toda certeza. Pode falar que teve baixo orçamento, que não teve o desenvolvimento que merecia na Netflix, mas eu sou completamente apaixonada por essa personagem. E pra mim, ela tem o melhor uniforme de todos: calça jeans rasgada, coturno, jaqueta de couro e uma garrafa na mão! As caras de “não fode” quando alguém fala alguma besteira (e olha que não são poucas!) são simplesmente perfeitas.
Mas sobre ela a gente conversa melhor em outro post 😉
Corre pra ver e depois me conta:
📍 O que vai acontecer com Nova York?
📍 Quem o Demolidor vai chamar pro exército?
📍 O que será do Justiceiro depois daquele pós-crédito insano?
📍 E o que nos espera em 2026?
Que essa espera não seja tão longa quanto os sete anos que passaram!