O Bebê de Bridget Jones: ela cresceu… mas será que a gente gostou?

Eu sou apaixonada pelo primeiro Diário de Bridget Jones. Aquela cena clássica da Bridget ( Renée Zellweger) nos seus vinte e poucos anos, sozinha num sábado à noite, de pijama, vendo TV, bebendo vinho e se sentindo totalmente fora dos padrões estéticos e emocionais da sociedade… aquilo me marcou de um jeito! Eu me via nela. Insegura, desajeitada, tentando dar conta de tudo, mas sempre com um toque de humor e humanidade que deixava tudo mais leve.

Mas aí ela cresceu. E tudo bem, né? Faz parte. Só que ver essa evolução no terceiro filme da franquia me deixou com sentimentos mistos.

Bridget, agora com 42, é outra mulher — ou quase.

Em O Bebê de Bridget Jones, ela está mais segura profissionalmente (mas ainda atrapalhada, claro), com menos dilemas sobre estar solteira e mais interessada em aproveitar a vida mesmo sem sem saber como se faz isso após os quarenta anos. É a fase do “já tô velha o suficiente pra fazer o que eu quiser”, inclusive sair por aí pegando sem se apegar. E a gente ama essa energia… até que a amiga do trabalho convence a coitada a ir ao Coachella britânico da vez.

Bridget vai, toda errada no figurino, tropeça, cai numa poça de lama (óbvio), e é resgatada por Jack Qwant (Patrick Dempsey): empresário, good vibes, bonitão, pronto pra viver uma noite com ela no estilo festival + barraca + química. E ela vive. O problema é que, dias depois, quem reaparece na sua vida é o nosso velho conhecido, um tanto inexpressivo e ex-marido fofo dela, Mark Darcy (Colin Firth), que a essa altura advogava para causas ativistas e humanitárias. E sim, ela também vive essa noite com ele. Para quem não sabia como aproveitar a vida, ela se saiu muito bem, né?

Resultado: Bridget está grávida. Mas… quem é o pai da criança?

Esperei 9 anos pra ver esse filme

Confesso: demorei anos pra ver esse filme. O segundo me desanimou total — pastelão demais, mesmo com todo aquele elenco que eu adoro. Fiquei com o primeiro guardado com carinho e achei melhor esperar. Só que em 2025, resolvi encarar esse terceiro. Estava curiosa pra saber como aquela garota atrapalhada e insegura foi parar numa situação tão definitiva como a maternidade, pra ser honesta, esse filme poderia se chamar A Gravidez de Bridget Jones porque mais sobre isso do que a maternidade em si, que é explorado no quarto filme “Bridget Jones: Louca Pelo Garoto” que farei um review aqui futuramente.

E, olha, o filme surpreende embora não saia da premissa da comédia romântica bagunçada. Mas, é uma história que ainda faz sentido dentro do universo da Bridget, que mesmo passando por frustrações amorosas, sempre tem à sua disposição opções interessantes, distintas e enlouquecedoras, tudo ao mesmo tempo, claro.

Ainda é a mesma Bridget?

Sim e não. A Bridget de agora tem uma carreira sólida, uma independência emocional mais construída, e não parece mais desesperada por um final feliz em forma de casal. Mas, ela ainda é divertida, ainda se mete em confusão e ainda é 100% humana. Só que agora, nesse filme, algumas piadas parecem meio forçadas, e algumas situações beiram o pastelão (de novo), com diálogos que poderiam ter sido melhor trabalhados.

Mas faz sentido. A personagem evoluiu. E com a idade vem um certo alívio: ela não precisa mais provar nada pra ninguém. Não tem mais o peso de se encaixar em determinadas regras da sociedade. Não precisa mais ser a solteira desesperada ou a mulher que precisa de um relacionamento pra se sentir completa. A Bridget de 42 é dona de si — mesmo quando tudo dá errado (e dá, óbvio!).

O filme tem altos e baixos, como todo bom caos bridgetiano. A trama da gravidez é absurda, improvável, mas condiz com o universo dela, caótico, onde tudo vai acontecendo e o controle vai pelo ralo. Ao mesmo tempo, senti falta de um pouco mais de cuidado com os diálogos como disse anteriormente e desenvolvimento de certas cenas — talvez culpa do roteiro ou talvez só minha saudade da leveza do primeiro filme falando mais alto.

Ainda assim, me surpreendi positivamente. Não é uma obra-prima, mas é coerente com a personagem que aprendemos a amar.

Vale o balde de pipoca?

Depende. Se você, como eu, amou o primeiro filme, viu o segundo só pelo elenco e estava em dúvida se valia a pena ver esse… eu diria: vale sim, mas com expectativas ajustadas.

Se você está com tempo sobrando, quer ver o quarto filme (que é bem mais interessante, por sinal), ou só está querendo rever essa galera querida… então pode apertar o play sem culpa.

Mas se tiver coisa melhor pra ver, talvez esse seja um daqueles filmes que a gente guarda pra um domingo de preguiça, cobertor e chocolate quente ou um dia com muita vontade de comer pipoca vendo algo que dê um alivio mental.

Escolhas, né? A Bridget sempre fez as dela. Agora é sua vez. 😉

Regiane Jodas

Regiane Jodas, paulistana, sagitariana, publicitária de gaveta, fotógrafa nas horas vagas, apaixonada por rock, dogs, shows, filmes e séries. Uma TDAH que está retomando o hábito da leitura

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