
“Uma produção que, ao meu ver, não teve a divulgação que merecia, porque é simplesmente linda demais! ‘O Robô Selvagem’ é uma animação da Universal e, olha, se me fez chorar duas vezes (e na segunda, chorei mais que na primeira!), é porque é uma produção que tem todo o meu respeito.
Deixando claro: não sou mãe, nunca vivenciei a maternidade e acho que nunca tive essa vontade também, sendo bem honesta. No entanto, tudo no que me baseei para criar este texto foi baseado no que eu observo nas experiências de pessoas próximas que passaram ou passam por essa jornada. Dito isso, vamos às considerações sobre o filme.
É uma animação sensível, linda e que entrega uma definição de maternidade tão genuína. Ela mostra que, mesmo quando a futura mãe não está ‘programada’ para aquela jornada, não faz ideia por onde começar, como fazer ou o que falar, ela sempre vai trilhando. É instintivo! O amor daquele ser que, a princípio, depende da mãe para tudo, vai alimentando e incentivando. Cada passo é uma vitória, um amor diferente e mais forte.


A Rozzum, a Roz (Lupita Nyong’o), é uma robô descartada em um tipo de cemitério de robôs em uma floresta. Ela foi ativada por lontrinhas (já me ganhou aui logo no começo porque eu AMO lontras!), sem querer, ao apertar um botão o que ativou seus protocolos tecnológicos, mas, logo percebe que não consegue se comunicar com os animais locais, que sentem um certo medo daquele ‘monstro’ estranho.
Ela ativa um modo de aprendizagem para sobreviver naquele ambiente e, durante esse processo, ela encontra um ovo de ganso e cuidar dele se torna sua missão. Mas isso não é tão simples para um robô, e ela conta com a ajuda dos animais que vivem ali, em especial a raposa Fink (na voz de Pedro Pascal). É aí que começa toda essa história, quando Brightbill nasce e precisa se inserir na ‘comunidade’ dele, mas tem dificuldades por ter uma ‘mãe diferente’, porém, que não mede esforços para que ele se sinta inserido em seu meio, mesmo que ela não saiba muito bem como fazer isso.
Sobre mães, amor, dificuldades e amizade
Ser mãe nasce quando o filho nasce, e nem sempre esse instinto vem antes. E está tudo bem! A maternidade e o amor que envolve essa ‘função’ nascem instintivamente assim que você descobre que alguém precisa de você e está sob seus cuidados, até mesmo quando se torna independente e conquista uma vida própria (mas, ainda assim, essa pessoa continuará precisando do seu amor eternamente). O melhor de tudo é que a mãe também passa a respirar apenas pelo amor desse alguém, e uma conexão mágica acontece para o resto dessas vidas.



Além de tudo isso, a animação ainda aborda o tema amizade com maestria, tanto pelo lado da importância da rede de apoio na maternidade e como uma boa e sincera amizade pode também construir uma mãe melhor, quanto no sentido de quando alguém tem a sua individualidade atrelada à solidão e mostra como isso pode mudar e construir histórias coletivas de uma forma surpreendente, mas que isso depende da permissão de cada um para acontecer. É saber ceder sem deixar de ser quem se é. Uma abordagem linda sobre esse ponto de vista da questão.
Vale o Balde de Pipoca? 🍿
Vai te emocionar, como é mostrado o amor atravessando a barreira da tecnologia, como há sentimento mesmo onde ele parece nunca florescer. Quando se está disposto a cuidar e se dedicar, o sentimento nasce, muda, aumenta, cria raízes, surpreende, e nem sempre se vai saber lidar, porque tudo é um grande aprendizado.
A animação é belíssima, as sequências são muito bem construídas também.
Vale muitos baldes de pipoca, muitas vezes, sempre que quiser ver algo que dá um quentinho no coração, ‘O Robô Selvagem’ é opção certeira! Recomendo!